segunda-feira, 10 de outubro de 2011

E o Festival Começou...


O 1º Festival de Gastronomia e Cultura da Roça só começou – tem mais esse final de semana – mas, a contar pelos acontecimentos, podemos dizer que foi um sucesso! Na Festa de Lançamento e Abertura, no dia 07, cerca de trezentas pessoas puderam degustar os pratos participantes, assistir shows, conversar, experimentar, tomar caipirinhas deliciosas, enfim, ter momentos de puro prazer e deleite! E na sequência, sábado e domingo com muito sabor, emoção, diversão e, claro, muitos visitantes. Tudo sob um céu de harmonia, bom humor, e que nos abençoou ao final do domingo com uma chuva de lavar a alma e a boa terra.

Precisamos dizer que foram dois meses de trabalhos intensos, desde as primeiras discussões até a definição final do projeto, contando apenas com voluntários – do COMTUR, do Departamento de Turismo e de sua rede de relacionamentos. Voluntários esses que se renderam ao apelo de fazer um Festival que representasse o melhor de Gonçalves. E esse melhor tomou forma quando os donos dos restaurantes locais aceitaram participar. Então, o que começou com uma idéia foi se transformando em energia.

Mal acabava a temporada de inverno e já estávamos nós debruçados sobre esboços e desenhos para um festival de gastronomia. O que faríamos? E a resposta foi criar um formato de festival que pudesse ser integrador, que fortalecesse a identidade rural que é o que há de mais típico nas Minas Gerais. Minas é muito grande, mas o seu melhor é esse receber de roça. Por isso convidamos TODOS os restaurantes instalados no município, devidamente regulares e dentro da regulamentação, e propusemos as bases para esse evento: um Festival que contivesse elementos da roça, seja pelos ingredientes seja pelas tradições e técnicas rurais e, acima de tudo, a exemplo do que ocorre nessas montanhas, aberto a todos. Assim aqueles que aceitaram o desafio estão agora aqui na praça oferecendo seus pratos a preços acessíveis.

Nosso objetivo maior era poder mostrar que esses restaurantes, em geral, familiares e sem formação gastronômica, são os herdeiros da culinária de raiz, verdadeiramente brasileira; representam valores que devem ser preservados, cultivados, não só mantidos, mas exaltados. Queríamos oferecer tanto ao cidadão gonçalvense como ao turista uma experiência diferente: comer, num só lugar, o que a gente da terra faz para alimentar quem amam, com carinho, com paixão, com simplicidade.

Parece fácil: chamar quem sabe fazer para fazer o que sabe. No entanto, também precisava ser um evento que reunisse pessoas na baixa temporada. Então, destrinchamos o projeto em fases. Divulgamos o Festival com festas de Pré-Lançamento em São Paulo, no Espaço Minas Gerais, em Belo Horizonte no Aleph Café e em Pouso Alegre, na ACIPA. Contatamos empresas parceiras dispostas a nos patrocinar. Contamos com o trabalho criativo e empenhado de profissionais contratados, mas também apaixonados, para preparar o material de divulgação à altura do sonho. E, além de todas nossas melhores expectativas, contamos também com uma rede de voluntários que foram se engajando e oferecendo sua participação, horas de trabalho, palavras de apoio e estímulo, que nos alimentavam nos momentos mais difíceis, e assim pudemos superar cada degrau e, em tão pouco tempo, o Festival já estava aí, pronto. 

Ainda teremos mais nesse final de semana. Mais de tudo. Muito mais. E depois, sim, depois de tudo, já estaremos pensando como será o próximo ano... porque a vida se alimenta de sonhos e sonhos não têm limite.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Programação Cultural


Programação:

“Praça de Sabores e Saberes”
no Clube, para saborear os pratos dos restaurantes participantes:
Sextas: a partir das 20h
Sábados: a partir das 18h
Domingos: a partir das 12h

07 de outubro, sexta
20 h:  Solenidade de abertura
         (somente com convites antecipados: tel.3654-1271)

 08 de outubro, sábado
13 h: Dia de Campo* no Sítio Manti
         (orgânico - no Bairro dos Henriques)
14 h: Exposição de Carros de Boi e mini desfile     
14 h: Oficina de feltro*, com Vera, Bairro dos Remédios
15 h: Oficina de Biscoitos* com Dona Dita e Cida, do Bairro Sertão do Cantagalo
17 h: Oficina de Peteca*, com o Tio Paulo e Dona Regina, do Bairro Lambari
17 h: Oficina de Roscas*, com Penha, do Bairro Sertão
17 h: Como preparar um Leitão a Pururuca*, com
         Sr. Zé da Maria, do Bairro Mundo Novo
18 h: Filme "Caminhos da Mantiqueira", de Galileu Garcia Jr (documentário - 79 min.)
20 h: Grupo de Congada São Benedito (Gonçalves)
20:30 h: Dança Circular, com Cristina Melville (SP)
21:30 h: Elder Costa  -  cantor e compositor (Pouso Alegre)
23 h: Tião, Paulinho e Banda (Gonçalves)

09 de outubro, domingo
10 h: “Colhe e Pague” no sítio do Tiana
         (orgânico - no Bairro Dona Luciana)
10 h: Oficina de Queijo, com Tião Dina , do Bairro Venâncios
13 h: Palestra: “Gonçalves é slow”, com Adriana Haddad        (Slow Food SP)
14:30h: Recital de Poesia, com Dona Rosa Ribeiro, do Bairro dos Remédios
15 h: Filme "Caminhos da Mantiqueira", de Galileu Garcia Jr (documentário - 79 min.)
17h: Contos e Causos

12 de outubro, quarta
         A partir das 14h: Oficinas para as crianças

14 de outubro, sexta
20 h: Filme "Caminhos da Mantiqueira", de Galileu Garcia Jr (documentário - 79 min.)
22 h: Apresentações culturais diversas

15  de  outubro, sábado
13 h: Dia de Campo* no Sítio Manti (orgânico - no Bairro dos Henriques)
13 h: Exposição de Carros de Boi e mini desfile
14 h: Oficina de Crochê*, com Dona Alcides e Dona Anita, do Centro da Cidade
14 h: Oficina de Bordados* com Dona Maria Antonia e Dona Nercília, do Centro da Cidade
15 h: Oficina de Geléias*: Cozinhando com A Senhora das Especiarias, do Centro da Cidade
15 h: Oficina de Biscoitos*, com Dona Dita e Cida, do Bairro Sertão do Cantagalo
17 h: Oficina de Roscas*, com Penha, do Bairro Sertão
18 h: Filme "Caminhos da Mantiqueira", de Galileu          Garcia Jr (documentário - 79 min.)
19:30 h: Grupo de Catireiros da Mantiqueira & Campo Belo e Cia (catira -  São Bento do Sapucaí)
20:30 h: Conto “1001 noites da roça”, com Gláucia        Stefani e Marcelo Ricardo (Gonçalves)
21 h: Ivan Vilela -  mestre de viola caipira (Itajubá)
22:30 h: Dança Circular, com Fernanda Micotti (SP)

16 de outubro, domingo
10h: “Colhe e Pague” no Sítio do Tiana (orgânico -          no Bairro   Dona Luciana)
10 h: Oficina de Queijo, com Vânia , do Bairro Sertão
11 h : Oficina de Pão de Queijo*, com Bianca, do Bairro Sertão do Cantagalo  
13h: Filme "Caminhos da Mantiqueira", de Galileu Garcia Jr (documentário - 79 min.)
15h: Contos e Causos
16h: Workshop “Comida para a alma - O resgate da cozinha artesanal em nossos dias”, com Chef Thé Ribeiro (SP)

No Salão do Clube: Exposição permanente de fotos do livro "Cozinhas do Brasil: alimentos e ritos" de Zaida Siqueira.
Aos domingos pela manhã, no Clube: Feira de agricultura familiar, orgânicos e agroecológicos

*para as Oficinas e Dia de Campo é necessário a inscrição prévia e um pacote de alimento não perecível ou leite longa vida.

Informações: Portal da Cidade (35)3654-1271
http://gastronomiagoncalves.blogspot.com 

sábado, 10 de setembro de 2011

Pré-Lançamento do Festival em São Paulo


Você que gosta do ar fresco da montanha, uma prosa na taipa do fogão à lenha e de tranquilidade no meio da cidade, VOCÊ está convidado para o Pré-Lançamento do 1º Festival de Gastronomia e Cultura da Roça de Gonçalves, sul de Minas, que ocorrerá dia 15 de setembro em São Paulo, dia 20 em Belo Horizonte e dia 22 em Pouso Alegre, às 19h, com degustação de deliciosa comida mineira com legumes orgânicos e viola caipira.

Gonçalves promove seu 1º Festival de Gastronomia com foco na comida da roça para valorizar suas origens rurais e mineiras de 7 a 16 de outubro, quando os restaurantes locais estarão mostrando o melhor da comida caipira no centro da cidade, em meio a muita diversão. Nesse período também, quituteiras  estarão preparando broas, roscas, biscoitos de polvilho, doces no fogão à lenha especialmente montado para o evento. Viola caipira, teatro local, oficinas para crianças, e, claro, aquela comidinha boa, mineira, gostosa de comer e de lembrar.

Gonçalves é Minas, mas é pertinho! No coração da Serra da Mantiqueira, com clima de montanha, cachoeiras, trilhas entre araucárias, rios de corredeira, pousadas charmosas e a hospitalidade mineira. O município abriga um pólo de produção orgânica e agroecológica, além, das hortas dos quintais. Tudo de bom e de gostoso. Venha nos visitar.

SP: dia 15/09 - Espaço Minas Gerais: R Minas Gerais 246 Higienópolis - SP - F(11) 3097-9698
BH: dia 20/09 - Aleph Café: Av Contorno, 6777 lj 3 Savassi - BH - F(31)3275-2348
Pouso Alegre: dia 22/09: ACIPA: Pça Senador José Bento, 118 Centro F(35) 3449-8937


RSVP: F (35) 3654-1271 turismo@goncalves.mg.gov.br

Realização:





Apoio:



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mineirices...

Não tem galinha ciscando na cidade, mas tem televisão na roça. Não tem ar puro na cidade grande, mas na roça tem internet. Quem nasceu olhando para essa montanha, vendo a árvore florir amarela, de repente, no meio da mata, quem olhou todo dia para um regato correndo transparente e viu um tucano passar voando sobre sua cabeça, colorido como a natureza é, acha genial um celular liga-lo aos amigos. E quem abre a janela de seu quarto e não vê senão outra janela de fronte, fechada, sem ninguém, fica fascinado com o perder de vista que a imensidão do campo se abre. A experiência urbana chega aos cantos mais escondidos dessas paragens, chega de bicicleta motorizada, chega de parabólica ou modem. Mas o morador de cidade grande, para experimentar o rural, precisa deixar seu apartamento, enfrentar alguns quilômetros em carro fechado de ar condicionado, antes de vislumbrar uma porteira, uma lua cheia, ou uma rosca caseira.

É a vida, cheia de paradoxos. É a vida correndo solta, dando tudo o que pedimos, quando pedimos. E não tem nada mais dadivoso do que a natureza respondendo à simples pergunta: posso entrar? Claro que pode. A natureza trata bem quem lhe trata bem. Isso se chama receber, receber é mais do que abrir a porta. Receber é um sorriso com café. É um monte de palavras que muitas vezes não dá para entender, tão rápido são pronunciadas. Receber é uma das mineirices mais gostosas.

É mineiríssimo receber com café, com bolo, doce de leite. E, acima de tudo, com tempo. Esse o grande tesouro da roça: tempo. Tempo para olhar a planta crescer, para depois colher. Tempo para ver a vaca dar leite, o boi engordar, a galinha encher o papo. Quem vem para Minas vai reencontrar o tempo. O tempo de comer, sentado, à mesa, com uma prosa descontraída. O tempo sem pressa nenhuma. Porque a gente só corre para fazer e acabar logo aquilo que não gosta. Porque o que é gostoso não tem tempo, é para viver.

Quem deixa o conforto de seu apartamento para pôr o pé no pó de uma estrada de terra, hoje em dia, vai encontrar uma roça com fogão à lenha e mp5 ou 6. Na mesa, com toalha xadrez, não vai ter sousplat, talher para entrada, prato principal e sobremesa, o garçon deve ser um filho da casa e o cardápio todo está no fogão. Não é mais o comer por sobrevivência, é o receber por gosto. Esse gosto de comida fresquinha, que compartilha a mesma colher na panela aberta, e que lembra uma mãe, uma tia, uma vó, uma culinária quase feminina de tanto que é perfumada, isso é raiz, é cultura. E gastronomia é isso, o prazer sem culpa nenhuma.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Culinária de Roça é Gastronomia


Sim, comida de roça pode ser chamada de gastronomia. É só pensarmos que gastronomia envolve muito mais do que culinária e técnicas de cozinha, engloba a cultura – o vestir, o servir, o beber, o ouvir – modos diferentes de fazer a mesma coisa: dar o que comer. A roça serve comida diferente do que prepara um chef de alta gastronomia, claro. Ninguém está falando em alta gastronomia, que reporta para a sofisticação, apresentação e ingredientes gourmets. 

Mas, em um país que está buscando distinção e valorização de sua identidade, não podemos querer relegar a um canto menor da cozinha a culinária e cultura da roça, uma vez que essa é a origem, a raiz do brasileiro. Quando chefs como Alecs Atala, Mara Sales e até mesmo franceses brasileiros de coração acolhem os elementos culturais nativos e refletem sobre eles dando-lhes uma forma gourmet, não faz sentido duvidar que o termo possa também abranger a carne de panela, o tutu de feijão, o torresmo cozidos todos em um rústico fogão à lenha. 

Não podemos aceitar preconceito em relação ao simples e despojado serviço de restaurantes instalados na zona rural, que mantêm viva a memória e tradição das cozinhas coloniais, caipiras, nativas. Minas tem esse apelo de comida que interliga a agricultura, a indústria e o serviço, tudo pequeno e pessoal, com nomes de gente que olha nos olhos e responde ao “bom dia” de propósito: com o propósito de acolher. 

Gastronomia relaciona prazer de comer, prazer esse que pode ser encontrado também em pratos de vidro, toalhas de plástico ou conjunto de talheres despareados, quando a comida é boa, bem intencionada, vinda de bem perto, do quintal ou do vizinho. Não é tão importante que seja cozido com azeite, óleo ou gordura de porco, mas que seja sorridente até na lembrança. 

A comida de Minas abraça. E um festival de gastronomia em Gonçalves com comida de roça tem esse objetivo, o de abraçar a todos igualmente, trazer de volta a sua origem, o de reunir em torno da mesma mesa, para compartilhar, pessoas de todos os gostos, de todos os lugares.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Esse Festival vai dar o que degustar!

D. Neusa do Demeter da Roça - Foto de B. Leal
Sempre ouvi falar que o melhor de uma festa é o bastidor, o melhor da viagem é se programar, mas nunca isso foi tão verdadeiro. Nós estamos degustando todos os pratos do Festival, e está bão que só!!!

Confira as fotos que o Roberto Torrubia fez, em primeiríssima mão!!!


Prato do Janelas com Tramela - Foto de R. Torrubia

Guisado do Sauá - Foto R. Torrubia
Brenna Leal esteve lá, conferindo e fotografando o making off dos pratos... Que inveja...
Renata mostrando seu prato no Janelas com Tramela. Foto B. Leal
O movimento no fogão da D. Vilma - Por B. Leal

A galinhada de seu Zé Mosquito da Pizzaria Porão - Foto de R. Torrubia

Pedra Chanfrada, onde fica o Rest Ao Pé da Pedra
A redescoberta da roça: cozinhar onde a comida combina com a paisagem... montanhas, árvores, água correndo...
Seu Zé da Maria no forno - Foto de B. Leal
Tiana e seu prato no Armazem da Terra - Foto B. Leal

Prato do Couve com Coco - Foto de R. Torrubia